Aquecimento do planeta

Em 2020, a temperatura média global ficou cerca de 1,2 graus Celsius acima do nível pré-industrial (1). Para este ano, com a formação do fenômeno El Niño agravado pelas mudanças climáticas, já quebramos os recordes globais da temperatura média global do ar na Terra duas vezes. A previsão é que este mês de julho seja o mais quente de todos os tempos (2). Nos próximos meses, o mundo pode ultrapassar o marco de aquecimento de 1,5°C em ondas de calor de intenso (3).

POR QUE A TERRA ESTÁ AQUECENDO TANTO NOS ÚLTIMOS 100 ANOS?
Por milhares de anos, a natureza regulou a concentração de gases na atmosfera que retêm o calor emitido pela Terra e agem como uma estufa para permitir a vida no planeta. Isso começou a mudar depois da Revolução Industrial quando indústrias passaram a queimar combustíveis fósseis como fonte de energia e promover o consumo e descarte em massa, causando um aumento exponencial das emissões não naturais de gases do efeito estufa. Nesse curto período de 150 anos, o planeta ficou coberto por uma capa densa de gases que aprisiona o calor do Sol.

Uma pesquisa (4) publicada pela Science reconstruiu a temperatura do planeta nos últimos 11 mil anos e chegou a mesma conclusão que relatórios já vinha alertando: no século XX a Terra aqueceu mais do que em qualquer outro momento desde o fim da última era glacial.

QUEM SÃO OS PRINCIPAIS POLUIDORES?
Dados mostram que 100 empresas de combustíveis fósseis são responsáveis por 70% das emissões de gases efeito estufa históricas de todo o planeta e as 20 maiores Petrolíferas e Companhias de Gás são responsáveis por um terço de toda essa emissão sozinhas (5). A americana Chevron sozinha tem emissões projetadas equivalentes às emissões anuais de 364 usinas a carvão, e mais do que as emissões de 10 países europeus combinadas por um período semelhante de três anos (6).
Apesar de todos conhecerem esses dados, a indústria do petróleo investe milhões de dólares para persuadir tomadores de decisão, acionistas e o público que leva a sério a ação climática (7).

O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC* deixa claro: se ultrapassarmos 1,5 grau Celsius de aquecimento as consequências serão irreversíveis e estamos perigosamente perto da beira do precipício. O mundo enfrentará uma crise humanitária sem precedentes (8).

  • O IPCC conta com a revisão de 270 autores-pesquiadores de 67 países e mais outros 675 colaboradores ao redor do mundo debruçados sobre mais de 34 mil artigos e 62 mil comentários de países para organizar a análise científica


Saiba mais:
(1) ONU – Relatório do Estado do Clima Global da Organização Meteorológica Mundial (OMM): https://bit.ly/44cFJME
(2) THE GUARDIAN – Tuesday was world’s hottest day on record – breaking Monday’s record: https://bit.ly/3rft7pl
(3) BBC – Como o El Niño deve afetar o planeta, 2023: https://bit.ly/44bBb9n
(4) SCIENCE – Marcott, S., Shakun, J. et al. “A Reconstruction of Regional and Global Temperature for the Past 11,300 Years”, 2013: DOI: 10.1126/science.1228026
(5) THE NEW YORK TIMES: “For Our Future, the Oil and Gas Industry Must Go Green” – https://nyti.ms/2WqXh5n
(6) CORPORATE ACCOUNTABILITY: “A agenda lixo de ação climática da Chevron e como ela intensifica os danos globais”, 2023: bit.ly/3IE7EMA
(7) INFLUENCEMAP – “Agenda real das grandes petrolíferas sobre mudanças climáticas: como as grandes empresas petrolíferas gastaram US$ 1 bilhão desde Paris em captura narrativa e lobby sobre o clima”, março
2019, https://bit.ly/44dwsDV
(8) IPCC AR6 Synthesis Report: Summary for Policymakers 2023 – https://bit.ly/3NIq94n

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *