No ano passado, a Plataforma Latinoamericana de Justiça Climática e a Campanha Global Que Paguem os Grandes Poluidores nos apresentaram uma publicação em texto corrido com o vocabulário básico da Justiça Climática. Tivemos a ideia de dar uma cara nova para o conteúdo do glossário, apresentando em pílulas semanais nas redes sociais, de forma ilustrada e fácil de entender, cada verbete. Afinal, o objetivo da publicação era justamente tornar esses jargões acessíveis para os leigos, assim como trazer as soluções reais amplamente debatidas pela Demanda dos Povos Por Justiça Climática, movimento com mais de 130 países.
Assim, trabalhamos para esclarecer toda essa terminologia técnica e superespecializada usada em mesas de negociações internacionais, COPs e relatórios corporativos. Como vamos discutir sem entender? Como vamos questionar os planos Net Zero sem entender que é uma trapaça maquiada de verde? Se o compromisso é de redução de emissões, queremos reduções reais, nada de compensações mentirosas e que não englobam toda a cadeia de produção e consumo. Precisamos entender como os Grandes Poluidores manipulam as notícias, fazem lobbies e infiltram seus interesses no governo, em organismos internacionais e na academia.
Este ano, com o Brasil já confirmado para sediar a COP em Belém do Pará em 2025, achamos que era o momento para lançar essa publicação, toda ilustrada, aqui na Amazônia, em edição especial trilíngue (português, espanhol e inglês), com 315 páginas. A coalizão global Que Os Grandes Poluidores Paguem (makebigpolluterspay.org), via a plataforma latinoamericana, nos apoiou na produção do livro e impressão de 100 cópias que foram distribuídas gratuitamente no evento na semana passada. Agora, disponibilizamos para todos os nossos seguidores a versão digital gratuitamente. Baixe agora: bit.ly/GlossárioJustiçaClimática!
Quem é o ARVOREAGUA?
Somos uma dupla ambientalista e amigos há mais de 20 anos. Eu sou a Patrícia Kalil, jornalista e futura engenheira florestal, e o Tom B, ilustrador e artista. Em 2014, depois de um encontro relâmpago em São Paulo onde ficamos conversando sobre sonhos para mudar o mundo, resolvemos criar juntos o perfil ARVOREAGUA. Queríamos ampliar o conhecimento ambiental e despertar a consciência cidadã, angustiados com a crise hídrica que afetava São Paulo, com a falta de saneamento básico em todo país, com a produção acelerada de lixo no mundo, com o desmatamento e por aí vai. Resolvemos trazer para debate, diariamente, as questões ambientais do nosso tempo. Desde o primeiro ano, tivemos uma pessoa que acreditou no nosso potencial e ela se chama Zaba Moreau (Bem-te-vi Biodiversidade), a quem sempre vamos agradecer por estarmos aqui hoje.
Desde o começo, temos trabalhado para apresentar de forma fácil de entender notícias, artigos científicos de diversas áreas da Natureza, saberes do conhecimento de comunidades tradicionais, apoiamos causas e ativamente lutamos pelos direitos constitucionais ao Saneamento Básico, ao Meio Ambiente e os Direitos Indígenas, os Direitos Humanos e os Direitos da Natureza. Com a crise climática, é cada vez mais urgente promover discussões sérias sobre os reais desafios brasileiros e globais relacionados ao impacto dos Grandes Poluidores no planeta. Sim, precisamos de uma mudança que reestruture nossos modelos de organização, responsabilize os culpados pela crise e restaure a harmonia com a Natureza, ao mesmo tempo em que promova a justiça social e a equidade.