Pesquisa publicada na revista científica Science mostra que a divisão da floresta amazônica em pedaços é tão nociva para o aquecimento global quanto o próprio desmatamento.
Segundo os pesquisadores, 1/3 dos gases de efeito estufa lançados na atmosfera entre 2001 e 2015 foram dessas áreas fragmentadas de floresta devido ao “efeito de borda”.
As “bordas dos fragmentos” são mais secas e quentes que a floresta, recebem mais luz que as matas fechadas e muitas espécies não conseguem sobreviver ali. Também ficam em contato com áreas queimadas, novas pastagens ou plantações. A decomposição de espécies que morrem nas bordas dos fragmentos de floresta lançam o carbono que estava armazenado em sua massa na atmosfera.
Recado de um dos pesquisadores do estudo em entrevista à Folha:
“Os problemas abordados no estudo não são questões partidárias, mas desafios da nação necessários para a melhor gestão de nosso território e recursos naturais. Precisamos favorecer o desenvolvimento do país de forma sustentável e conduzir o restabelecimento de nosso papel central no combate às mudanças climáticas globais” – Luiz Aragão, INPE.
Saiba mais:
“Persistent collapse of biomass in Amazonian forest edges following deforestation leads to unaccounted carbon losses”
– Science Advances: https://bit.ly/3pWnLu8
“Fragmentação florestal na Amazônia emite um terço do carbono produzido pelo desmatamento, diz estudo” – Folha de S. Paulo: https://bit.ly/33aI11g