Quatro dos sete reservatórios que abastecem a grande São Paulo já trabalham com menos de 50% da capacidade. O Sistema Cantareira opera em estado de alerta há duas semanas. Hoje, estamos com 37,9% da capacidade e especialistas temem que até o fim do ano esteja com 20%. Em 2013, um ano antes da crise hídrica que deixou São Paulo sem água e paralisou serviços, os níveis eram melhores que os de hoje.
“Nós já estamos em uma crise hídrica, porque os indicadores mostram uma redução significativa no armazenamento de água ao longo dos meses deste ano. Para a gente ter ideia, hoje nós temos 20% menos água do que o mesmo período em 2013, ano que antecedeu a crise”, avalia Pedro Luiz Côrtes, do Instituto de Energia e Ambiente da USP.
Não adianta mais culpar a falta de chuvas. São Paulo precisa se preparar e proteger seus mananciais, recuperar suas matas ciliares, despoluir seus rios e resolver vazamentos do sistema de abastecimento.
Para piorar a situação, o Parque Estadual do Juquery que guarda nascentes que abastecem o Sistema Cantareira foi atingido por incêndio criminoso na última semana tendo 85% da floresta destruída. Esse parque foi criado em 1993 justamente para conservar mata nativa e a produção de água para o reservatório.
Com eleições chegando, tanto a Sabesp quanto o governo evitam falar em crise hídrica. No entanto, o racionamento de água já está acontecendo em diversos bairros e a situação vai piorar.
Saiba mais:
“Nós já estamos em uma crise hídrica”, diz Pedro Luiz Côrtes – Jornal da USP: https://bit.ly/3kqvrTu
“Técnico da Sabesp reconhece escassez e projeta Cantareira com 20% do volume total em 2022; presidente da companhia nega” – G1: https://glo.bo/2Wr5Ml1