Em alguns vales do Atacama, perto da água, os povos antigos (pré-Incas) desenvolveram ricas zonas agrícolas. Qual o segredo? Além da água, duas técnicas: o cultivo de um consórcio agroecológico de grãos conhecido como MILPA (milho, feijão e abóbora, onde o milho fornece as hastes para o feijão e a abóbora impede a competição de vegetação); o uso de um fertilizante natural muito especial para enriquecer o solo, o excremento de aves aquáticas –como pelicanos e atobás– chamado de guano.
Eles coletavam guano nos montes frequentados por aves marinhas, perto da costa. O guano é rico em nitrogênio, potássio, fósforo, magnésio e cálcio. Em novo estudo publicado na revista científica Nature, os pesquisadores trazem mais evidências para confirmar esse antigo uso de guano.
Nas 246 plantas do deserto analisadas (como milho, quinoa, pimentas), os cientistas encontraram e dataram significativos níveis de nitrogênio de origem marinha.
Saiba mais:
“‘White gold’ guano fertilizer drove agricultural intensification in the Atacama Desert from AD 1000” – Nature 25/01/21: https://go.nature.com/3aomIft
MILPA – Estratégia Pré-Colombiana para a produção de alimentos | EMBRAPA: https://bit.ly/2MgVijO;
GUANO – O excremento que mudou a geografia do mundo: https://bit.ly/3oE5NL0