Luto por Mãe Bernadete, uma das maiores representantes do movimento quilombola na Bahia, que foi executada e desfigurada com 12 tiros no rosto. A ialorixá e líder da comunidade Pitanga dos Palmares e da Coordenação Nacional de Articulação dos Quilombos estava dentro de casa, sentada no sofá assistindo a TV com seus três netos, quando dois homens invadiram o terreiro para assassiná-la.
Maria Bernadete Pacífico, 72 anos, já havia alertado que estava sofrendo ameaças e estava no programa de proteção à testemunha. A polícia não fez seu trabalho de proteção. Na hora do crime, não havia policial no terreiro. Sabendo das câmeras, os executores invadiram a casa usando capacetes. Seu filho Jurandir Pacífico falou para imprensa que é “crime de mando” de quem tem interesse no território. “Especulação imobiliária, grilagem de terra, política, grandes empreendimentos, tudo isso aí”.
É também crime de ódio, de racismo e de intolerância religiosa.
Estamos diariamente assistindo políticos da extrema-direita difamar e desmerecer o movimento social de luta pela terra, ignorando um direito constitucional. Queremos justiça por Mãe Bernadete, demarcação e titulação de todos os territórios quilombolas do Brasil.