O açaí que moradores de cidades do mundo todo valorizam hoje vem de pequenas comunidades na Amazônia. O açaí, o guaraná, muitas castanhas, aromas, óleos essenciais… Mais de 3,5 milhões de ribeirinhos vivem nas proximidades de rios, lagos e igarapés da floresta, guardando um conhecimento sobre as águas e seus caminhos, as plantas, os bichos, os sons e aromas, além da cultura oral amazônica e suas lendas. A maioria dessas comunidades ainda não têm acesso a saneamento básico e vivem até hoje com geradores de energia a diesel apesar da proximidade com hidrelétricas. O abandono público é tão grande que a maioria dos vilarejos ribeirinhos até hoje não têm escolas de ensino médio ou postos de saúde. Não é raro que crianças façam trajetos longos por barco ou bicicleta até comunidades maiores para conseguirem estudar a partir do fundamental. Crianças, jovens, adultos e velhos usam o rio como rua e também como fonte de alimento. Vivem da pesca artesanal, da caça, do roçado e do extrativismo florestal.
O Decreto nº 6.040/2007 instituiu uma política nacional voltada para as necessidades específicas do desenvolvimento socioambiental sustentável dessas comunidades, em projetos para a manutenção da floresta e de seus povos.
Durante o governo Bolsonaro, nada foi feito para ajudar essas populações. Muito pelo contrário, aumentou-se a invasão de terras públicas pressionando todas as comunidades. Durante a pandemia, essas populações sofreram muito com o descaso do atual governo.
Saiba mais:
“Ribeirinhos” – Fundação Joaquim Nabuco, por Júlia Morim (Fundaj/Unesco): https://bit.ly/2MGcTM8
“Ribeirinhos e suas representações sociais”: https://goo.gl/bAwj3p