Falta de saneamento básico mata

Só em 2019, mais de 270 mil pessoas ficaram doentes e foram internadas no Brasil por causa de doenças primárias relacionadas à falta de acesso à água tratada ou por contato com esgoto, potes cheios com protozoários, parasitas, bactérias e vírus. Cerca de 30% dos casos foram de crianças de 0 a 4 anos. Esta é a realidade do país que ocupa a posição de 13ª economia do mundo na segunda década do século XXI e, por falta de prioridade, ainda hoje permite que um em cada quatro de seus cidadãos conviva com esgoto a céu aberto. A situação é alarmante e o resultado triste: sete pessoas morreram por dia em 2019 por doenças simples como diarreia, leptospirose (bactéria da urina de ratos), esquistossomose (parasita de água doce) e por aí vai. Isso significou um custo no SUS de mais de R$ 108 milhões de reais. Sem contar a epidemia de Covid, grande parte do custo da saúde pública ainda é gerado por doenças primárias possíveis de serem evitadas com saneamento básico. Isso também tem impacto direto na educação, no crescimento da economia e na geração de empregos.

A região Norte, que tem o pior saneamento do país, teve o pior cenário: foram 23 internações para cada 10 mil habitantes, mais do triplo das internações na região Sudeste. A desigualdade de acesso ao básico evidencia o abandono social da Amazônia, que só é foco de governo para megaprojetos como estradas, hidrelétricas e hidrovias e esquecem de cuidar do essencial, dos seus habitantes.

Esses são todos dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e do DataSUS que foram analisados pelo Instituto Trata. Os números de 2019 são tristes. Pela primeira vez em dez anos, o número de internações de brasileiros por problemas diretamente relacionados à falta de saneamento básico voltou a crescer.

Saiba mais:

“Internações por falta de saneamento básico crescem pela 1ª vez em 2019” – G1: https://glo.bo/2Yruqmx

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