Governos, a sociedade civil e o setor empresarial se reúnem nesta semana na cidade de Nova York para a Conferência das Nações Unidas sobre a Água. O tema do Dia Mundial da Água é “Acelerando a Mudança”. Acontece, que ano após ano, esses encontros têm sido financiados por corporações americanas e europeias interessadas na privatização e controle da água na América do Sul e na África, com o objetivo de dominar este recurso estratégico em um mundo que enfrenta a crise climática e hídrica.
No Norte Global (países ricos), o saneamento vem retornando para o controle do estado, pois lá reconhecem que os operadores privados não investem em infraestrutura e deixam de fazer manutenção e ampliação de redes. Abastecer todos os cidadãos com água potável é um compromisso não negociável em mesa de acionista. Nos últimos quinze anos, mais de 267 cidades do mundo remunicipalizaram seus serviços de tratamento e abastecimento de água.
Nesse sentido, espera-se que o encontro promovido pela ONU debata realmente os desafios da universalização do saneamento nos países em desenvolvimento, fechando espaço para as corporações que tentam, de maneira enganosa, vender seus experimentos fracassados de exploração e privatização da água.
Para que todos tenham abastecimento de água potável e coleta/tratamento de esgoto é necessário investimento público. Projetos de privatização provocam a desestruturação e desmonte das companhias públicas, fragilizando o já precário atendimento às periferias urbanas e municípios mais pobres.
Saiba mais:
“Privatização do saneamento já se mostrou inadequada em muitos países, diz relator da ONU” – ONU, http://bit.ly/2UCFQkK