Levantamento do MapBiomas comparou a cobertura de vegetação nativa do Brasil dos últimos 38 anos, entre 1985 e 2022, e revelou que os territórios quilombolas foram os que menos sofreram desmatamento no país e lideram como exemplo e prática de preservação.
O cuidado com a natureza é marca dos quilombos. A relação de respeito com a terra e com a ancestralidade, com o alimento e com a vida, é parte da cultura e identidade quilombola.
No período analisado, os territórios quilombolas perderam 4,7% da vegetação nativa, enquanto as propriedades privadas perderam aproximadamente 17%.
“A maioria dos territórios quilombolas (181) fica na Amazônia, seguida pela Mata Atlântica (136), Caatinga (94), Cerrado (63) e Pampa (20). A Amazônia também lidera em termos de área: nela, os territórios quilombolas ocupam 2,5 milhões de hectares. A Mata Atlântica, que ocupa a vice-liderança em quantidade de territórios quilombolas, fica em quarto lugar a extensão total deles é analisada: 278 mil hectares. Caatinga (550 mil hectares) e Cerrado (500 mil hectares) vêm em segundo e terceiro lugar, respectivamente. No caso do Pampa, são apenas 6,5 mil hectares. A vegetação nativa dos territórios quilombolas está principalmente na Amazônia (73%), Cerrado (12%) e Caatinga (10%).Entre 1985 e 2022, os territórios quilombolas localizados na Caatinga foram os que mais perderam em área a vegetação nativa (72,6 mil hectares), seguidos por aqueles que ficam na Amazônia (58,4 mil hectares) e no Cerrado (36,7 mil hectares). Já na Mata Atlântica foi possível identificar ganho de 7,8 mil hectares de vegetação nativa nos territórios quilombolas localizados nesse bioma ameaçado, que apresenta menos de um terço coberto com vegetação nativa.”
O estudo foi feito a partir do processamento de todas as imagens do Landsat, reunindo mais de 150 mil imagens de satélite com resolução de 30m. A plataforma Google Earth Engine foi utilizada para analisar as imagens em nuvem.
Saiba mais:
Coleção 8 do MapBiomas: https://mapbiomas.org/download-dos-atbds