Substâncias cancerígenas, outras que causam problemas nos rins, fígado e sistema nervoso foram identificadas na água que abastece São Paulo, capital, e outras 131 cidades paulistas. A Sabesp não divulga os testes para os usuários ou para a imprensa, mas, de toda forma, as informações são obrigatoriamente enviadas pela empresa ao Sisagua, banco de dados do Ministério da Saúde. Lá, foram encontrados 759 testes com substâncias acima do limite em 2 anos.
Entre 2018 e 2019, os sistemas Guarapiranga, Cantareira, Alto Tietê e Rio Claro, que abastecem 17 milhões de pessoas, estavam com substâncias 13 vezes acima do limite estabelecido pelo Ministério da Saúde.
A situação da água de Pirapora do Bom Jesus é ainda mais alarmante. Dados do Sisagua mostram presença de metais pesados como chumbo, substâncias radioativas como urânio. O arsênio, que é uma substância cancerígena, está há 3 anos acima do limite estabelecido.
Questionada pelas jornalistas Helen Freitas e Ana Aranha, da Agência Pública, a Sabesp afirma que são casos pontuais e por isso não viu necessidade de informar a população. A empresa também não informou quais medidas foram tomadas para corrigir a contaminação da água e não respondeu aos pedidos para a reportagem acessar os dados completos do histórico e o cálculo de tal ‘média móvel’, que alegam usar como parâmetro.
Na reportagem da Pública, o professor de toxicologia da Universidade Federal de SP (Unifesp) Fábio Kummrow alerta que a população está exposta além do limite aceitável de risco, diariamente, por um longo período. Os sintomas podem não ser imediatos, o que impede a identificação de uma onda de pacientes rapidamente. Mas não há dúvida: a população está sendo envenenada pela água da torneira.
Saiba mais:
Mapa da Água – O que sai da sua torneira? – Reporter Brasil: https://mapadaagua.reporterbrasil.org.br/
Sabesp não divulga testes que comprovam contaminação da água em 132 cidades brasileiras – Pública: https://bit.ly/3FGGmCM